quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O valor da inovação

Resultado da primeira ação inovadora criada (e executada) para a COAD em um evento tradicional de mercado: http://www.flickr.com/photos/coad/sets/72157622412758871/

Divirta-se.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Além do senso comum

Conseguir pessoas que se interessem por seu produto ou serviço e que tenham o perfil alinhado com aquele que sua empresa sempre sonhou é uma missão cada dia mais difícil. Com uma pressão enorme por novas vendas, os executivos transmitem para sua equipe a responsabilidade por bons resultados. No entanto, essa pressão transforma-se rapidamente em uma ansiedade descontrolada que traz a reboque uma panacéia de atividades sem sentido e, o pior, sem conceito.

Com isso, os esforços para atrair um público qualificado são variados e com orçamentos cada vez maiores, entretanto as ações são concentradas em destacar as características da marca e não estabelecem uma relação mais humana com seus consumidores.

Para conversar com um público mais exigente que espera de produtos e serviços muito mais que apenas seu funcionamento básico, é importante que um relacionamento emocional seja estabelecido. Para isso, o pensamento criativo passa ser a chave para alavancar oportunidades antes não percebidas e oferecer uma visão oposta ao senso comum.

A diferenciação que a criatividade pode proporcionar é imensurável, principalmente quando se trata de ideias que trazem a emoção das pessoas à tona.

domingo, 13 de setembro de 2009

Woodstock: um exemplo de mobilização social

Em Agosto de 1969, mais de trezentas mil pessoas se engajaram em um evento jamais visto anteriormente, o Woodstock. Era o auge da contracultura americana com seu maior expoente representado no movimento Hippie. Os Hippies buscavam um estilo de vida alternativo e contestavam de forma pacífica o comportamento da sociedade padrão americada.

Com o grande engamento dos jovens no Woodstock, a mídia de massa deu ouvidos ao movimento da contracultura e o mundo conheceu uma forma de pensar e agir diferente do padrão médio americano.

Nos anos sessenta, havia diversos motivos para a mobilização de tantos jovens de uma só vez: a luta pela maior liberdade das mulheres, a oposição ao envio de tropas americanas à guerra do Vietnã, etc. Somado a isto, artistas que compartilhavam o mesmo pensamento estavam reunidos em três dias consecutivos de shows gratuitos. (Inicialmente foram vendidos ingressos, mas o Woodstock terminou sendo de graça).

Nota-se alguns elementos fundamentais nesse contexto histórico para a mobilização social, especialmente a situação social insatisfatória e shows gratuitos com ícones de uma geração.

Quarenta anos depois, de volta ao Brasil, com tantos "especialistas" falando sobre engajamento e redes sociais, é preciso pensar sobre os elementos sociais básicos para uma verdadeira mobilização, e se as tão faladas mídias sociais não são apenas ferramentas que permitem refletir, de forma tímida, um comportamento já existente da sociedade.


Além disso, é necessário considerar: Qual o papel da gratuidade em um engajamento autêntico?


Acredito que o equilíbrio entre os desejos intrínsecos da sociedade, uma situação pontual que possa unir as pessoas e uma grande causa social seja a chave para uma autêntica mobilização, seja feita por hippies, geeks ou caras pintadas.

Obs: Imagine se na época já houvesse os conceitos do Marketing de Guerrilha e das Redes Sociais, qual o rótulo que os idealizadores do Woodstock (John Roberts, Joel Rosenman, Artie Kornfeld e Michael Lang) teriam?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Em Família

Domingo, Rio de Janeiro, 6:30 da manhã. O sol avermelhado nasce atrás da bela montanha carioca. O dia está no fim para alguns e no início para outros.

As padarias estão cheias de senhores que saíram de casa para comprar o jornal e o café da manhã de sua família e de jovens com olhos ansiosos, sedentos por algo que cure sua embreaguez antes de chegarem em casa.

O sorriso do sol da manhã e a alegria do domingo está estampada no rosto de todos. Os mais antigos, com seus cabelos grisalhos e suas aparências despreocupadas, falam da grande final de logo mais no maracanã e as senhoras, com suas bochechas rosadas, escolhem o bolo mais saboroso para levar para casa.

Na fila ao lado os jovens comemoram as vitórias da noite que, enfim, está chegando ao fim: as bocas que beijaram, a quantidade de bebidas que tomaram e o policial que exigiu dinheiro no trânsito para não levá-los à delegacia.

Eles nao se conhecem, mas se encontram religiosamente todos os domingos de manhã na padaria do Seu Manoel. Afinal, são pais e filhos no amanhecer da cidade maravilhosa.


Rio, 21/08/09

domingo, 23 de agosto de 2009

Redes Sociais: É preciso apanhar para aprender?

Durante anos a voz das pessoas foi abafada pela dificuldade de expor o que pensavam sobre produtos, marcas e candidatos eleitos em cargos públicos. Havia até então uma possibilidade remota de agirem em uníssono e ficavam, assim, restritos apenas aos seus relacionamentos pessoais e dependentes de comportamentos individuais.

Mesmo com o advento da internet, a atitude inicial de quem a usava ainda era semelhante ao modelo mental passivo de assistir TV. A a web já possibilitava a interação, mas, ainda assim, as pessoas permaneciam "assitindo aos sites", explorando apenas seus links; e de certa forma, a comunicação continuava seguindo uma linha de mão única.

Com o passar do tempo, esse comportamento passivo foi se transformando em uma atidude colaborativa e participativa, que rapidamente foi denominada de web2.0. Com isso, aquelas pessoas que tinham necessidade de expor suas opiniões - positivas e negativas - começaram a encontrar outras com as mesmas necessidades e formaram naturalmente comunidades e sites inteiros com temas relevantes a elas, especialmente reclamações sobre produtos, marcas e políticos corruptos.

Ao mesmo tempo que a demanda para se expressar foi liberada, devido a fácil possibilidade de conexão entre as pessoas pela web, as marcas e os políticos notaram a grande oportunidade que esse ambiente oferecia para estabelecer um diálogo com seus clientes e eleitores.

No entanto, eles se esqueceram das bases fundamentais das relações pessoais duradouras: a transparência e o respeito. Qualidades que não se consegue de um dia para o outro.

Para estabelecer um diálogo verdadeiro e contínuo com seus clientes e eleitores, independente se é no mundo virtual ou real, marcas e candidatos precisam repensar seus valores, e isso só será possível se o Brasil viver uma séria mudança política, deixando de lado o coronélismo que até hoje nos assola - tanto em empresas, quanto no congresso nacional.

Caso contrário, marcas e políticos continuarão sendo alvo de chacotas nas redes sociais e nos botecos da esquina.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

De onde vem a verba?

É notório que a divisão entre as ações Off e Online está cada vez mais difícil de ser estabelecida. No entanto, a distribuição da verba de marketing em departamentos tradicionais ainda tenta seguir uma separação baseada principalmente na mídia onde a comunicação é veiculada.

Com isso, o percentual da verba destinado ao chamado Offline permanece naturalmente muito superior ao das ações rotuladas de Online.

Um dos resultados mais críticos dessa divisão é uma experiência inconsistente das pessoas com a marca, e a consequente insatisfação dos clientes, proveniente da alta expectativa formada pelos investimentos realizados em comunicação, em relação a uma experiência de uso deficiente da interface, especialmente quando se trata de uma marca que precisa conversar com o público jovem e usa a web como canal de relacionamento ou vendas.

Lembre-se quantas vezes você foi impactado por ações de comunicação criativas, que te motivaram a conhecer o produto anunciado, mas sua experiência de uso foi inferior a expectativa formada por essa comunicação.

Isto ocorre porque algumas atividades importantes no planejamento de uma nova iniciativa online são deixadas de lado devido a limitação de verba imposta, como exemplo: as pesquisas que buscam entender como é a experiência do cliente ao usar um produto interativo.

É fundamental, então, que as empresas estudem a experiência do cliente em todos os pontos de interação com a marca (inclusive a web) e incorporem esse conchecimento proveniente do feedback das pessoas em seus planos de marketing.

Portanto, os investimentos em pesquisas que visam entender a experiência de uso de um produto, site ou serviço precisam ser priorizados pelos departamentos de marketing com a mesma importância com que fazem atualmente com a comunicação de massa.

Dessa forma, novas métricas serão estabelecidas para determinar o nível de satisfação dos clientes e existirá, enfim, uma distribuição de verba adequada e orientada as reais necessidades das pessoas.

domingo, 9 de agosto de 2009

Paradoxo Empresarial

Conheço pessoas que considero especiais, onde a criatividade, transparência, comprometimento e uma enorme capacidade de gerar resultados positivos nas empresas são traços marcantes de suas personalidades, o que faz com que sejam diferentes das demais.

São profissionais raros, que estão mais preocupados com os resultados finais de suas ações, do que com a política natural envolvida nas relações empresariais do dia a dia. Essa caracteristica, acredite, pode prejudicar esses excelentes profissionais, pois deixa frequentemente algumas pessoas desconfortáveis: os Profissionais-Estátua.

O profissional estátua está presente na maioria das empresas e possui um comportamento bem peculiar: estão sempre preocupados em fazer política, com um sorriso permanente no canto da boca, parecem dominar profundamente todos os assuntos, mas são gerenalistas e usam frases de efeito, são amigáveis, simpáticos e muitas vezes, bajuladores.

Existe, de fato, um paradoxo empresarial que envolve os profissionais com desempenho acima da média e os estátuas, que se dedicam de alguma maneira em menosprezar o resultado gerado pelos melhores.

Naturalmente, quem está comprometido em gerar resultados positivos precisa assumir com frequência posições nem sempre unânimes. Seu trabalho é feito com esmero, entrega pessoal e concentração, que é frequentemente confundida com soberba e antipatia.

Por estar mais preocupado em agradar seus superiores, o profissional estátua é o oposto. Dificilmente se envolve em questões polêmicas, é um astuto observador das relações sociais e nota rapidamente qual o lado mais interessante para apoiar, independente do resultado final para a empresa. Invariavelmente segue na direção do vento mais forte, com isso tem tempo para distribuir sorrisos e aparentar simpatia.

Por isso, em curto prazo, os estátuas podem ser vistos - por algumas pessoas - como "ótimos profissionais para trabalhar", enquanto aqueles que entregam resultados supreendentes, não.

A convivência com os estátuas aumenta ainda mais o desafio de quem está realmente dedicado em realizar um trabalho acima do senso comum, pois além da sua pressão interna por bons resultados, precisa conviver e estar atento aos tapinhas nas costas dos profissionais-estátua, que aparentam amizade e simpatia oportunista.

Em longo prazo, o profissional estátua não se sustenta e pouco a pouco vai se tornando patético.

Enquanto lia esse texto, você lembrou de alguém? Aposto que sim!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Procura-se: Analista de grunhidos em redes sociais

O Twitter está na mídia (e na moda), as empresas se sentem obrigadas a criar uma conta, mesmo sem saber se seus clientes usam a ferramenta. Livros que ensinam a melhor forma de usá-lo se tornaram leitura "obrigatória" para gerentes de marketing, regras foram criadas por "pensadores" fazendo com que a necessidade de estar lá aumente dia a dia.

Com o objetivo de entender o que os consumidores andam "falando" das marcas em mídias sociais, as agências incorporaram atividades de monitoração e análise das redes em sua rotina diária. Divulgam com certo glamour que as marcas de seus clientes são avaliadas no Twitter e nas demais redes colaborativas. Surge então, o cargo de Analista de Mídias Sociais.

Com isso, há uma enxurrada de profissionais que antes trabalhavam em diversas áreas ligadas à tecnologia, internet e afins, que se lançam ao mercado de trabalho como "especialistas" em comportamento do consumidor e tentam prever tendências através dessas mídias.

Realmente há alguns aspectos comportamentais importantes que podem ser identificados no conteúdo gerado por milhares de pessoas na internet. No entanto, há uma grande possibilidade da interpretação desses dados apresentar distorções entre o que é publicado e a essência do pensamento e da personalidade humana, independente da facilidade de exposição que o ambiente online oferece.

Observe que muitas pessoas usam as redes sociais com o desejo de serem populares, inteligentes, engraçadas, bonitas, esportistas, etc; e se esforçam em se posicionar como um ser humano perfeito, criando para elas - provavelmente de forma inconsciente - um personagem diferente da sua realidade.

Faço um convite: Quando você tiver oportunidade de conhecer alguém pessoalmente que só conhece pelas redes sociais, passe a reparar: ela realmente é o que aparenta ser? Sua personalidade está alinhada com seu discurso nas redes?

Na contra mão da exuberância do Twitter, entendo que não devemos ter ilusões em acreditar que as informações ali publicadas, quando avaliadas isoladamente, são indicadores confiáveis do comportamento das pessoas.

Parafraseando José Saramago: Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.

Seria interessante acompanhar uma nova tendência de monitorar e analisar grunhidos, contratando profissionais para o cargo de "Analista de grunhidos em redes sociais". Eu não duvido, e você?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Democracia dos Negócios

Incluir o cliente como figura central de qualquer iniciativa de marketing, significa estabelecer com ele um diálogo contínuo e entender seu comportamento prestando atenção em suas atitudes nas ruas, bares, trabalho, exposições, redes sociais e, especialmente usando um produto ou serviço, com o objetivo de oferecer soluções que, de fato, melhorem suas vidas.

Estas atitudes, quando institucionalizadas, se refletem em uma democracia dos negócios, que antende tanto os interesses econômicos dos acionistas, quanto da sociedade. Dessa forma, cria-se um ambiente mais interessante para as empresas, que lucram com a oferta de produtos e serviços alinhada com as necessidades e desejos das pessoas e com a valorização da sua marca; e para os clientes, que realizam suas compras com base na confiança e no relacionamento estabelecido com a empresa.

Repare quantas vezes sua empresa observou as pessoas usando os serviços oferecidos por ela ou se alguma vez os usuários foram incluídos no processo de pesquisa de um novo produto.

De um modo geral, as pessoas valorizam cada vez mais as marcas que se relacionam com seus clientes e devolvem para a sociedade parte dos lucros obtidos, essa reflexão aponta para a importância de um modelo de negócio sustentável, onde cada iniciativa precisa gerar valor para a marca, para seus clientes e para a sociedade.

domingo, 19 de julho de 2009

Stefhany, uma menina do Piauí

Uma menina do interior do Piauí chamada Stefhany, de apenas 17 anos, produz um vídeo com sua câmera amadora, publica no Youtube e em pouco tempo esse vídeo se torna sucesso de audiência. O vídeo é uma paródia da música A Thousand Miles, da Vanessa Carlton, e a letra faz referência a um carro nacional, o Cross Fox.


O sucesso é absoluto e chega à mídia de massa (programa Caldeirão do Huck), onde Stefhany ganha seu carro entregue pelo gerente de marketing da Volkswagen. No programa, é anunciado também a campanha "Vanessa, libera para a Stefhany" para que a cantora Vanessa Carlton, compositora da canção parodiada pela menina do Piauí, libere os direitos autorais da música original.

De forma inocente, a atitude da menina Stefhany levanta questões importantes sobre dois modelos de negócio tradicionais: as agências de propaganda e a indústria fonográfica.


Fica evidente que as campanhas criadas pelas agências não podem ser focadas apenas em modelos tradicionais da mídia de massa. É necessária uma visão integrada da comunicação que considere a conexão entre usuários em mídias sociais uma oportunidade de negócio, especialmente quando o público da marca é jovem.


É importante também que as agências percebam que as interações nas redes sociais podem proporcionar a multiplicação da mensagem criada para seu cliente, assim como no caso do CrossFox. Portanto, a divisão nítida entre o que é
Off e Online se perde definitivamente.

A segunda questão (e mais crítica) é como a indústria fonográfica - que tem o direito de arrecadação sobre a execução pública - pode se beneficiar de sucessos como este, criados pelo povo, que acontecem diariamente e estão espalhados pelo país: em festas regionais, bares do subúrbio carioca, etc.


Acredito que qualquer atitude que tente podar esse comportamento natural da sociedade será em vão, como foi no caso dos
softwares de trocas de músicas digitais.

No entanto, entender como esse fenômeno acontece observando constantemente o comportamento das pessoas, identificando oportunidades e se antecipando a elas, são atitudes que podem abrir um campo interessante para a descoberta de novos talentos e definição de um formato interativo de comunicação e divulgação de músicas.

Será que oferecer músicas gratuitamente pela web não pode ser uma forma de divulgação?
(Existe um manifesto nesse sentido que inclui diversos artistas: Manifesto Movimento Música para Baixar).

Obviamente, o assunto é complexo e requer uma avaliação precisa de todos os fatores envolvidos, inclusive os legais (arrecadação, direitos autorais, impostos, execução pública, etc), mas trata-se de uma mudança importante em um modelo de negócio que tradicionalmente teve como objetivo descobrir
Hits, escolhendo os artistas e as músicas que as pessoas teriam acesso.

Enquanto indústrias tradicionais sofrem os efeitos dos fenômenos dos nichos, Stefhany está com a agenda lotada de shows. Atualmente, ela costuma reunir até 15 mil pessoas numa apresentação (mesma população de Inhuma, a cidade onde vive).

Como publicado em seu site:
"Absoluta, Stefhany não é só sensação da Internet. É fenômeno da música."

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Veja o vídeo de maior sucesso da Stefhany. [UPDATE] O vídeo foi retirado do Youtube

Provavelmente, a agência de propaganda e a montadora perceberam o sucesso da Stefhany nas mídias sociais e criaram ações aproveitando a referência feita ao carro na letra da música. A mais nova é que ela
está trocando de carro.
[UPDATE] A campanha foi produzida para o Supermercado Smart!

sábado, 18 de julho de 2009

Do nicho para a mídia de massa

O assunto discutido aqui no blog em 06/07, no post "O Poder das Pessoas - Ameaça ou Oportunidade?", ocupa hoje o caderno Prosa & Verso do Globo, com o título "Entre blogs e barricadas", vale a leitura:

http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/default.asp#206004

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Aos 4Ps, acrescente o "I"

Em alguns departamentos de marketing tradicionais há uma certa resistência sobre a possibilidade de utilizar modelos de análises e pesquisas que valorizem principalmente a observação e o diálogo contínuo com os clientes.

No entanto, observo que o clichê "foco no cliente" continua em voga nas escolas de marketing e no dia a dia dos gerentes. Mas como pode ser instituído na prática o tão falado "foco no cliente", com as novas possibilidades de interação que o ambiente online nos oferece?


Essa pergunta nos leva naturalmente a um universo de possibilidades, porém, existem alguns fatores fundamentais que precisam ser ampliados desde já na visão do marketing tradicional, são eles:

1 - Possibilidade de obtenção rápida de
feedback sobre o uso de produtos/serviços e criação colaborativa de produtos entre empresas, clientes e fornecedores;

2 -
Atualmente os clientes sabem como é o atendimento pós venda antes mesmo de comprarem um novo produto, isto é consequencia do compartilhamento na web de informações de pessoas que já o compraram. Dessa forma, o preço passa a ter menos importância.

3 - Concorrência
global e oferta de produtos de acordo com as preferências dos usuários;

4 -
O processo de decisão de compra é fortemente influenciado pelo boca a boca. É preciso entender a dinâmica que faz consumidores ajudarem consumidores;

Os itens citados exercem uma forte pressão sobre a lucratividade das empresas e afetam diretamente o conceito tradicional dos 4Ps do mix de marketing (Produto, Preço, Ponto de venda e Promoção). Esses dois aspectos em conjunto apontam para uma necessidade iminente de revisão do modelo de marketing tradicional e consequentemente atualização de seus profissionais.

Acredito em um modelo inovador, que retirem os profissionais de marketing de sua zona de conforto e exija deles experimentação, com um pensamento além do contexto tradicional, que é baseado em análises de cenários mercadológicos que já ocorreram; como se estivessem sempre olhando pelo retrovisor, e não para frente. Resultando em longos relatórios que exigem meses de produção e inviabilizam ações rápidas e pontuais.

Proponho análises criativas, que tenham como objetivos a previsão de comportamentos futuros e recomendações de conteúdos relevantes para cada perfil de cliente; seja um novo produto, serviço ou mesmo uma dica de o que fazer em um sábado à noite.

Para isso, é necessário que haja uma visão gerencial clara da importância de utilizar a tecnologia a reboque de estudos complexos de modelagem e relacionamento de conteúdo, psicologia, filtragem colaborativa, avaliação das afinidades entre pessoas nas redes sociais, entre outras abordagens.

Sugiro, portanto, inserir ao modelo tradicional dos 4Ps, o "I" de Interatividade. Com isso, o foco no cliente será muito mais do que um clichê dos departamentos de marketing tradicionais e teremos, então, um novo modelo de marketing: O modelo dos 4ps + I.

Algumas perguntas a serem respondidas por vocês:


Qual o perfil do novo profissional de marketing para encarar esses desafios?

Que cursos de especialização são necessários?
Onde estão esses profissionais, que precisam ter conhecimento sobre pessoas e tecnologia?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Olhe de dentro para fora e de fora para dentro

Sabe-se que as insistentes tentativas de definir arte têm se modificado ao longo do tempo. Existem diferentes afirmativas; desde uma técnica ou processo utilizado para realizar com excelência uma determinada atividade, até a capacidade de expressar sentimentos de forma original, ligada muitas vezes à iniciativas estéticas.

Nesse post vou me ater à segunda questão: arte como uma maneira de expressar originalmente os sentimentos, pois separa claramente a expressão da técnica e a criação da forma.

A busca do artista pelo original reflete um desejo latente de expressar seus sentimentos. Um estímulo interior irresistível de produzir por conta própria (com autonomia) que traz à tona, em alguns momentos, sua própria psique inconsciente.

Esse incessante desejo quando representado por alguma forma estética, expõem os sentimentos e a sensibilidade do artista em relação a sua percepção da vida e faz com que o processo criativo seja uma "luta" interna para superar seus próprios limites, onde há uma enxurrada de sentimentos, tais como: desejo, ansiedade, tristeza, angústia, prazer, curiosidade.

A satisfação de um artista ao encontrar uma forma autoral, revela-se muitas vezes como um paradoxo; uma percepção de estranhamento, espanto, senso de inadequação e fascínio de quem observa o resultado final: a arte original. As diferentes sensações vividas pelo artista em relação as pessoas que "consomem" sua obra são inúmeras, porém facilmente entendidas devido a criação do novo onde antes não existia nada igual.

Portanto, entendo que a criação original é resultado de inúmeros fatores, mas em especial da busca pelo novo, das referências pessoais de vida e do autoconhecimento do artista. A interpretação de quem observa a obra não é tão relevante ao ponto de modificar o estilo e a motivação de quem cria, pois este continuará experimentando e buscando pela sua forma autoral.

Levanto algumas questões para reflexão:


Você acredita que as pessoas que consomem a arte podem julgar a originalidade ou o belo?

Os olhos de quem assiste a obra é importante ao ponto do artista modificar seu estilo, seja na composição musical, nas artes plásticas, na literatura, etc?

Os filtros impostos pela mídia podem influenciar artistas atribuindo critérios discutíveis de originalidade e beleza para obras artísticas?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O Poder das Pessoas - Ameaça ou Oportunidade?

O ser humano possui a necessidade natural de encontrar outras pessoas e compartilhar conhecimento. Essa característica se acentua em contextos adversos onde a colaboração mútua entre grupos de interesse comum passa a ser uma forma poderosa de comunicação.

Nos anos da didatura militar no Brasil, diferentes grupos de pessoas se encontravam, produziam e editavam suas obras de forma independente, utilizando a mídia alternativa como principal forma de expor suas ideias e contornar a censura imposta na época, trata-se da Geração Mimeógrafo.

Atualmente, a repercussão em redes sociais sobre a eleição presidencial no Irã, em especial a divulgação do vídeo amador da morte da menina Neda Soltani de 16 anos, mostra de forma evidente o verdadeiro potencial que as novas tecnologias oferecem: democratização da produção, distribuição rápida e global de conteúdo e acesso gratuito à informação.

Essas novas possibilidades, aliadas aos nossos desejos naturais de criação, socialização e comunicação, modificaram a forma como produzimos e consumimos conteúdo (música, literatura, notícias) e trouxe mudanças irreversíveis para indústrias tradicionais.

O momento atual exige reflexão e um profundo conhecimento do impacto das novas tecnologias no comportamento da sociedade. As empresas que estão sentindo na pele essas mudanças, precisam se reinventar e oferecer conteúdo de qualidade, independente do meio em que será distribuído. Para isso, é essencial entender o momento e a forma como as pessoas precisam da informação.

Dessa maneira, transformarão as aparentes ameaças em oportunidades sem precedentes.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

ITT - Índice de Trabalho Tradicional



















O gráfico é reflexo de como vejo a seção de classificados de empregos tradicionais.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Novos Caminhos


Em meio à crise mundial, devemos nos perguntar frequentemente: o que está acontecendo com o emprego no mundo?

É notável a redução de oportunidades em posições tradicionais, onde as pessoas são pressionadas (e avaliadas) cada vez mais pela rapidez na execução de atividades e repetição de sucessos conseguidos no passado. Essas características remontam a era industrial - produção em massa – onde o trabalhador era visto como custo.

Empresas alinhadas com esse modelo de negócio dedicam-se a executar melhor as mesmas atividades: estão focadas na eficácia.

Acredito, no entanto, que estamos presenciando uma modificação importante no que se entende por trabalho.
As oportunidades são crescentes em posições que valorizam pessoas que questionam “por que fazer” antes do modelo automático do “como fazer”, e as empresas que já entenderam a importância dessas pessoas crescem de forma sutentável e retribuem a elas - e a sociedade - parte dos benefícios obtidos. Estão focadas na eficiência.

O modelo de negócio se modifica, então, do foco excessivo do “como fazer melhor” para o “por que fazer” e “como fazer diferente”, valorizando os profissionais pelo Intra-empreendedorismo, Colaboração e, principalmente, Criatividade (representa a emergência de algo único e original - Anderson, 1965).

Portanto, o desafio mais importante que as empresas passam a enfrentar está muito além de superar a concorrência, mas em identificar o potencial criativo e os sonhos das pessoas, motivar constantemente e oferecer autonomia para experimentar, para que elas possam descobrir e desenvolver suas aptidões técnicas naturalmente.

Com isso, alguns empreendimentos e parte da sociedade começam a andar juntos em direção oposta ao senso comum.

E você, em que direção está andando?


Referências:
O dia a dia.
The Brand Gap, A Estratégia do Oceano Azul, O Artífice.
Blog: www.sitiosolidao.blogspot.com

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