domingo, 23 de agosto de 2009

Redes Sociais: É preciso apanhar para aprender?

Durante anos a voz das pessoas foi abafada pela dificuldade de expor o que pensavam sobre produtos, marcas e candidatos eleitos em cargos públicos. Havia até então uma possibilidade remota de agirem em uníssono e ficavam, assim, restritos apenas aos seus relacionamentos pessoais e dependentes de comportamentos individuais.

Mesmo com o advento da internet, a atitude inicial de quem a usava ainda era semelhante ao modelo mental passivo de assistir TV. A a web já possibilitava a interação, mas, ainda assim, as pessoas permaneciam "assitindo aos sites", explorando apenas seus links; e de certa forma, a comunicação continuava seguindo uma linha de mão única.

Com o passar do tempo, esse comportamento passivo foi se transformando em uma atidude colaborativa e participativa, que rapidamente foi denominada de web2.0. Com isso, aquelas pessoas que tinham necessidade de expor suas opiniões - positivas e negativas - começaram a encontrar outras com as mesmas necessidades e formaram naturalmente comunidades e sites inteiros com temas relevantes a elas, especialmente reclamações sobre produtos, marcas e políticos corruptos.

Ao mesmo tempo que a demanda para se expressar foi liberada, devido a fácil possibilidade de conexão entre as pessoas pela web, as marcas e os políticos notaram a grande oportunidade que esse ambiente oferecia para estabelecer um diálogo com seus clientes e eleitores.

No entanto, eles se esqueceram das bases fundamentais das relações pessoais duradouras: a transparência e o respeito. Qualidades que não se consegue de um dia para o outro.

Para estabelecer um diálogo verdadeiro e contínuo com seus clientes e eleitores, independente se é no mundo virtual ou real, marcas e candidatos precisam repensar seus valores, e isso só será possível se o Brasil viver uma séria mudança política, deixando de lado o coronélismo que até hoje nos assola - tanto em empresas, quanto no congresso nacional.

Caso contrário, marcas e políticos continuarão sendo alvo de chacotas nas redes sociais e nos botecos da esquina.

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