domingo, 9 de agosto de 2009

Paradoxo Empresarial

Conheço pessoas que considero especiais, onde a criatividade, transparência, comprometimento e uma enorme capacidade de gerar resultados positivos nas empresas são traços marcantes de suas personalidades, o que faz com que sejam diferentes das demais.

São profissionais raros, que estão mais preocupados com os resultados finais de suas ações, do que com a política natural envolvida nas relações empresariais do dia a dia. Essa caracteristica, acredite, pode prejudicar esses excelentes profissionais, pois deixa frequentemente algumas pessoas desconfortáveis: os Profissionais-Estátua.

O profissional estátua está presente na maioria das empresas e possui um comportamento bem peculiar: estão sempre preocupados em fazer política, com um sorriso permanente no canto da boca, parecem dominar profundamente todos os assuntos, mas são gerenalistas e usam frases de efeito, são amigáveis, simpáticos e muitas vezes, bajuladores.

Existe, de fato, um paradoxo empresarial que envolve os profissionais com desempenho acima da média e os estátuas, que se dedicam de alguma maneira em menosprezar o resultado gerado pelos melhores.

Naturalmente, quem está comprometido em gerar resultados positivos precisa assumir com frequência posições nem sempre unânimes. Seu trabalho é feito com esmero, entrega pessoal e concentração, que é frequentemente confundida com soberba e antipatia.

Por estar mais preocupado em agradar seus superiores, o profissional estátua é o oposto. Dificilmente se envolve em questões polêmicas, é um astuto observador das relações sociais e nota rapidamente qual o lado mais interessante para apoiar, independente do resultado final para a empresa. Invariavelmente segue na direção do vento mais forte, com isso tem tempo para distribuir sorrisos e aparentar simpatia.

Por isso, em curto prazo, os estátuas podem ser vistos - por algumas pessoas - como "ótimos profissionais para trabalhar", enquanto aqueles que entregam resultados supreendentes, não.

A convivência com os estátuas aumenta ainda mais o desafio de quem está realmente dedicado em realizar um trabalho acima do senso comum, pois além da sua pressão interna por bons resultados, precisa conviver e estar atento aos tapinhas nas costas dos profissionais-estátua, que aparentam amizade e simpatia oportunista.

Em longo prazo, o profissional estátua não se sustenta e pouco a pouco vai se tornando patético.

Enquanto lia esse texto, você lembrou de alguém? Aposto que sim!

7 comentários:

  1. Bom post lê,
    o sentido de produtivade de algumas pessoas está ligado ao compromentimento da boa relação com quem mais tem poder. No Brasil isso é claramente percebido, talvez pela histórica falta de valorização do intelecto. Lembro que o Lula ao entrar no governo teve de assinar uma forma de contrato, não me lembro bem, algo que ele se comprometia em não alterar a estrutura do modelo economico já existente, não que eu concorde com uma mudança naquele momento e esse não é o mérito que me insiro agora, eu falo é sobre falta de ousadia e o medo que o brasileiro tem do novo. As estatuas engordão e criam lodo o proble é que elas servem de exemplos para gerações futuras.

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  2. engordarão e criarão lodo, o problema é que elas servirão de exemplos para gerações futuras

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  3. Leandro, os padrinhos(as) de profissionais-estátua podem ser classificados na mesma espécie? Aplicando este princípio adiante, até a estatueta-mor, será possível definir empresas-estátua?

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  4. Leandro, muito bom o seu post. Realmente não é difícil achar profissionais desse tipo nas empresas... Na verdade, eu diria que é difícil achar uma empresa imune a isso.

    ;)

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  5. Gui, concordo com suas colocações: O novo assusta principalmente os brasileiros.


    Gino, como empresas são formadas por pessoas, acredito que elas sempre definirão o estilo da empresa. Entretanto, se for uma empresa formada basicamente por estátuas, ela certamente não irá longe.

    Alexandre, concordo que em geral a maioria das empresas possui esse tipo de profissional, no etanto acredito fortemente que o tamanho da empresa pode ter relação a quantidade de estátuas. Além disso, a preocupação maior é quando eles começam a assumir cargos de liderança.

    Até o próximo post!

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  6. Acho difícil uma estátua se sustentar em uma empresa como o Google! Faz parte da cultura das empresas e dos próprios funcionários que não aceitarão este tipo de comportamento...

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  7. Grande Thiago!

    Realmente! Empresas que perseguem a meritocracia como o Google, criam um ambiente tão produtivo que a orientação aos resultados supera qualquer politicagem interna.

    ótima observação...

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